A assistência hospitalar, tanto nas capitais como no interior, constitui no Brasil um problema seríssimo, e não fora a generosidade incomparável dos corações brasileiros essa assistência, principalmente a enfermos pobres, seria sumamente deficiente.

Ituverava, esta pequenina cidade, orgulha-se mui justamente de ser uma das células paulistas mais adiantadas nesse importante setor, graças ao desprendimento, a boa vontade e aos esforços sem conta de um punhado de cidadãos profundamente humanitários, fonte miraculosa de onde brotou esse colosso, esse cometimento de titã que é a nossa Santa Casa de Misericórdia.

Quando, em janeiro de 1944, lançou-se a pedra fundamental dessa unidade hospitalar, em terreno doado pelo capitão Antônio Justino Faleiros, de tão saudosa memória, mesmo os mais otimistas descriam de sua feliz consecução, porque bem viam que para isso exigia-se um arrojo ultra-dinâmico.

Entretanto, a vontade inquebrantável, a abnegação sempiterna, por assim dizer, do reverendíssimo Monsenhor João Rulli, a quem foi entregue a direção dos trabalhos; a cooperação decidida de diretorias dedicadas e zelosas, e, por fim, o apoio firme e pronto de toda a população ituveravense, fizeram com que as obras julgadas quase que impossíveis de se realizarem, tomassem um impulso vigoroso que de muito ultrapassaram as expectativas.

Naturalmente há muito ainda por fazer, pois que só agora se efetua a cobertura do magnífico edifício. Todavia, o estado larval de há muito já foi vencido, e a realização já é algo positivo, tão positivo que ao referirmo-nos à nossa Santa Casa fazemo-lo como a uma entidade em funcionamento, porque temos a certeza absoluta de que os últimos obstáculos serão transpostos com maior rapidez.

A Santa Casa de Misericórdia de Ituverava, é um grandioso e eloquente atestado da grandeza de coração dos ituveravenses, e da sua fé inquebrantável na capacidade realizadora do ver. Monsenhor Rulli, o homem que mais do que ninguém tem sonhado com a concretização dessa velha aspiração do povo de Ituverava, que ora se realiza a construção de sua Santa Casa.

Tendo sempre como presidente Monsenhor Rulli, elegem-se todos os anos os outros componentes da diretoria que superintendente os serviços de construção. Fazem parte da atual administração os senhores, Francisco Bandiera, vice-presidente; Pascoal Amêndola, tesoureiro e dr. Gabriel Justino de Figueiredo, secretário.

A fotografia que reproduzimos nesta página diz bem das grandes dimensões do edifício, ressaltando a suntuosidade de suas linhas. No entanto, será preciso visitar o interior do mesmo para ter-se a impressão do que realmente é: moderno, amplo, de divisões bem distribuídas e instalações destinadas a oferecerem o máximo de conforto aos doentes que ali se internarem.