BUSA aposta na nacionalização dos coletores

Em entrevista, o CEO da BUSA, Eduardo Rodrigues, revelou que os primeiros sete caminhões com o sistema side loader (coleta lateral) estão sendo implementados para as empresas EcoUrbis e Loga, responsáveis pela coleta na cidade de São Paulo. “Hoje temos três caminhões prontos, sendo que um estará em demonstração na Agrishow, e os outros dois já seguem para operação em São Paulo. Estamos aguardando a chegada de mais quatro chassis para completar os sete primeiros veículos”, explicou.

De acordo com o executivo, o equipamento nacionalizado representa cerca de 70% da frota de coleta mecanizada prevista inicialmente no projeto. “É 100% nacional. Desenvolvemos um equipamento robusto e adaptado à realidade brasileira, com ganho de produtividade e redução de custos para as concessionárias”, afirma.

O coletor lateral é um pouco mais pesado que o coletor traseiro convencional — cerca de 300 a 400 kg a mais — devido ao braço mecânico, mas traz vantagens operacionais importantes: o lixo é compactado no sentido contrário ao tradicional, o que melhora o equilíbrio da carga e a estabilidade do caminhão.

Outro destaque é o impacto direto na operação: um caminhão de coleta lateral consegue substituir até quatro caminhões traseiros em certas rotas, reduzindo a quantidade de viagens e ampliando o intervalo entre coletas. “O container onde o lixo fica armazenado é hermeticamente fechado, o que também ajuda na questão da higiene urbana, além de permitir que a coleta seja feita com menor frequência”, explicou o CEO da BUSA.

Expansão e pioneirismo

O projeto piloto com sete caminhões é apenas o início. O contrato completo de concessão prevê mais de 150 unidades ao longo dos próximos anos, com expansão gradual da frota de coletores laterais e instalação de milhares de containers automatizados. Segundo a BUSA, São Paulo se torna a primeira cidade da América Latina a operar caminhões de coleta lateral movidos a gás — uma iniciativa que deve influenciar outros municípios brasileiros.

“São Paulo é a vitrine. O sucesso aqui vai puxar novas licitações em todo o Brasil, principalmente com essa pegada sustentável do caminhão a gás”, reforça o executivo da BUSA.

Além dessa novidade para o setor de resíduos urbanos, a Scania também apresentou na feira Green Show, voltada ao setor sucroalcooleiro, um novo projeto de caminhão articulado para o transbordo de cana picada. O veículo, baseado na cabine G da Scania, foi desenvolvido para operar como máquina agrícola durante a safra e como caminhão rodoviário fora dela, evitando a ociosidade comum nos períodos de entressafra. “Ele é 40% mais econômico que o trator e pode ser usado para transporte, plantio e adubação de cana, além de emitir menos CO”, detalha Gallao.

A expectativa é que essas inovações impulsionem não só ganhos de produtividade, mas também avancem em direção a um transporte mais sustentável no país. Fonte: Frota News