Pedágio prejudica diretamente comércio de Ituverava

Mudança pode ser a chance de instalar a nova estrutura em outro trecho da Anhanguera

O pedágio prejudica diretamente o comércio de Ituverava. Desde que foi implantada a Praça de Pedágios na Rodovia Anhanguera, além de afugentar consumidores de cidades vizinhas tornam os produtos mais caros para a cidade, bem como encarecem as entregas de Ituverava para outras cidades.

Não se sabe ainda quando a praça de Ituverava será substituída, mas a nova estrutura projetada pela Artesp exige um novo local para sua instalação. É o momento da cidade se mobilizar para fazer justiça e transferir o ponto de cobrança para outro trecho da rodovia.

Desde o início da construção da praça entre Ituverava e Guará se questionou a distância de um pedágio para outro na mesma Rodovia, visto que foi montado em ponto próximo – cerca de 40 quilômetros – de outra praça no município de Sales Oliveira. Prejudicando o comércio, todos são prejudicados, pois trata-se do maior segmento gerador de empregos e renda do município.

Para quem viaja no trecho Ituverava a Ribeirão Preto são dois pedágios, sendo o de Ituverava considerado o mais caro da rodovia, devido a sua distância da Capital. Esta semana a reportagem do Jornal O Progresso ouviu presidentes de entidades que representam o comércio da cidade.

Opinaram sobre os prejuízos do pedágio para o município, o presidente da ACII (Associação Comercial e Industrial de Ituverava) Vicente Paulo Vieira Júnior e do Sincovami (Sindicato patronal do Comércio Varejista do Município de Ituverava) Edelberto Diniz Costa. Leia os depoimentos abaixo.

 

O pedágio em nosso município é muito prejudicial principalmente nos custos dos transportes para quem traz a mercadoria para o comércio local, pois a maioria vem de São Paulo, onde tem o maior centro de distribuição do país. Também as pessoas dos municípios vizinhos como Guará, São Joaquim da Barra, Sales Oliveira, Orlândia, Nuporanga, Morro Agudo e outros que vêm nos hospitais e estabelecimentos médicos fazer consultas na cidade estão sendo onerados com a praça de pedágios no valor muito alto, o que dificulta para muitos pois além de despesas de viagens e, muitas vezes com refeição, tem ainda a tarifa na rodovia. Os estudantes da região que cursam faculdades de Ituverava também são prejudicados. Têm ainda os vendedores que muitas vezes não visitam o nosso município justamente pelo pedágio, pois sabendo que o custo é alto, eles demoram mais para poder compensar suas visitas na cidade e nos atender pessoalmente. Encarece nossos produtos quando temos que fazer entregas nestas cidades que citei. A localização em minha opinião deveria ser mais próxima da divisa do estado para também não prejudicar os moradores de Igarapava e Aramina que às vezes deixam de comprar em nosso Estado, pois compensa mais irem até cidades de Minas. Nós também necessitamos de Ribeirão Preto, em algumas áreas, seja no comércio, na saúde, educação e outros segmentos e fica muito próximo, cerca de 45 quilômetros de outro pedágio, logo em Sales Oliveira, em uma rodagem pequena para valores tão altos.

Vicente Paulo Vieira Júnior, presidente da Associação Comercial e Industrial de Ituverava

O pedágio em Ituverava, na minha opinião, é prejudicial ao comércio e serviço de nossa cidade, porque nós temos várias cidades com distância pequena que dependem do nosso serviço e do nosso comércio, e acho que isso prejudica o desenvolvimento de nossa região. Já se fala em instalar a algum tempo o pedágio pago por quilômetro rodado, ou seja, se você trafegar por 10 km, será cobrado proporcional ao que utilizou da pista, não como é feito hoje, por distância entre um pedágio e outro. Essa nova modalidade que está surgindo aí, o free flow, eu acho que seria muito interessante para que possamos pagar realmente o justo, ou seja o utilizado. Quem sabe poderia ser um custo um pouco mais barato para o usuário e que este pedágio entre Guará e Ituverava como é o caso, são 12 quilômetros de estrada mas paga-se de Sales até Igarapava sendo pedágio mais caro da Anhanguera, a princípio esse pedágio não era para existir quando foi feita a primeira concessão, esse pedágio seria dividido em dois, um seria em São Joaquim, e o outro em Igarapava, e afinal acabou se deixando um só, pagando um custo de Sales Oliveira até Igarapava, infelizmente a cidade ficou prejudicada com essa situação.

Edelberto Diniz Costa, presidente do Sincovami (Sindicato do Comércio Varejista do Município de Ituverava).