Para conquistar o nível máximo de excelência, contudo, é necessário cumprir vários itens dos tópicos de qualidade
Em entrevista concedida na tarde de quarta, 27 de março, após a solenidade de entrega da placa oficial referente ao prêmio Diamond Status, o maior nível de premiação que se tem na iniciativa Angels, a gerente de edição científica, Kamila Fachola responsável pelo Programa Angels no Brasil, explicou sobre a importância do ato de premiar a Santa Casa pela qualidade no atendimento de AVC.
Angels é uma iniciativa internacional da Boehringer Ingelheim que busca qualificar os centros de AVC (Acidente Vascular Cerebral) já existentes e auxiliar na implementação de novos centros.
A Santa Casa participa do programa desde 2019 e, em 2023 conseguiu alcançar pela primeira vez o maior nível que é o Diamante, superando o nível Ouro, conquistando o maior índice observado pela Angels.
No Brasil são 560 hospitais com iniciativa Angels e, no mundo são mais de 8 mil hospitais. No ano anterior, foram 175 hospitais inscritos no nível Diamante, mas foram classificados para receber a maior premiação apenas quatro.
Além da Santa Casa de Ituverava, Unimed de São Carlos, Hospital de Feira de Santana na Bahia e Hospital Hugo de Goiânia, estando, portanto, entre os quatro melhores em AVC no país.
Segundo a responsável no país, para conquistar o nível máximo de excelência, contudo, é necessário cumprir vários itens dos tópicos de qualidade.
Ela citou como exemplo: fazer tratamento para o paciente que tem AVC ter uma alta adequada, com avaliação de fonoaudiólogo para ver se não tem sequela na hora de engolir, prevenção de pneumonia e vários indicadores que a Santa Casa conseguiu atingir culminando com a premiação pela excelência.
“Qualidade de vida para o paciente é o mais importante e na verdade o prêmio é o reflexo do que está acontecendo com os pacientes aqui de Ituverava”, ressaltou. Durante a solenidade, esteve presente o senhor Antônio Guerra, que foi o primeiro paciente passar pelo processo implantado na Santa Casa e após a alta hospitalar não teve sequelas ou resquícios da doença.
“AVC é uma das doenças que mais mata e no Brasil, além da mortalidade tem os que sobrevivem com a sequela, em que o paciente pode ficar acamado e tem uma família toda impactada, filho ou filha tem que parar de trabalhar para ficar em casa cuidando do social, financeiro, fora a sensação de dependência de coisas básicas do dia a dia como comer e tomar banho e estamos falando que isso está refletindo para o paciente: receber o tratamento e voltar à vida normal e ter qualidade de vida”, explicou a líder da Angels no Brasil.
Ela lembrou, entretanto que o tempo de socorro é primordial para que o tratamento seja bem-sucedido. “Todo paciente que chega no hospital tem que ser avaliado em relação a que horas chegou, tempo de atendimento porque tem tempo limite para tratar”, esclarece.
“No nível Diamante tem que receber o atendimento em 45 minutos no máximo e precisa chegar, ser identificado, receber punção, exame, tomografia, buscar o remédio na farmácia e fazer no paciente, tem que ser muito rápido e tudo isso ter uma sincronia”, informa.
“Além disso enquanto está na UTI tem que ter cuidado de pressão, prevenção de infecção e, quando tem alta, precisa ser uma alta qualificada com prevenção de novos ACVs porque o paciente que teve a primeira vez, o risco de ter outro é muito maior”, esclarece.
“Este paciente precisa ter todo este cuidado, quando teve alta precisa tomar remédio de prevenção do AVC e tudo isso para cada paciente existe uma plataforma internacional, onde consta tudo que aconteceu com ele nesta jornada que em cada três meses uma equipe internacional analisa tudo que aconteceu com ele ou ela”, destaca.
O método utilizado é a trombólise, que se trata de uma terapia trombolítica, um tratamento realizado na fase aguda após acidente vascular cerebral, reconhecida com nível de evidência no tratamento do AVC isquêmico (AVCi) pela capacidade de restaurar o fluxo sanguíneo por meio da infusão do ativador plasminogênio tecidual recombinante.
O procedimento é feito com o fim de dissolver um trombo ou um êmbolo na corrente sanguínea.