Biomédico e docente do curso de Enfemagem da Fafram, Sérgio Chicote falou sobre Judicialização em Saúde

Em outubro deste ano, o ituveravense Sérgio Renato Macedo Chicote (Biomédico, Professor da Fafram e Chefe em Saúde Pública na Secretaria da Saúde de Ituverava), esteve na cidade de Granada na Espanha, após sua pesquisa ter sido selecionada pela Comissão Científica da XVII Conferência Ibero-americana de Educação em Enfermagem.

Na oportunidade, ele apresentou seu trabalho na área de Judicialização em Saúde com o Tema: Mecanismos de apoio as decisões judiciais em âmbito administrativo municipal no Brasil: revisão integrativa.

Essa Conferência foi organizado pela ALADEFE (Associação Latino-Americana de Escolas e Faculdades de Enfermagem) é uma organização internacional que constitui um espaço de encontro para a comunidade acadêmica de enfermagem das regiões do México e do Caribe, América Central, Andina, Cone Sul e Península Ibérica.

A ALADEFE tem também a finalidade de desenvolver projetos, redes e novos compromissos que fortaleçam o desenvolvimento disciplinar e profissional.

A Conferência aconteceu entre os dias 23 a 27 de outubro de 2023, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Granada (Espanha) com o lema: “Pesquisa em Educação em Enfermagem: construindo um contexto ibero-americano para o cuidado das pessoas”.

Esse evento teve a participação de pesquisadores, docentes de universidades, acadêmicos, e profissionais de saúde dos países colonizados por Portugal e Espanha (Iberoamericana), abrangendo várias faculdades e universidades desses países.

A apresentação oral apresentada por Sérgio Chicote, aconteceu na tarde do dia 26 de outubro na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Granada, com a presença de pesquisadores, professores e docentes do Chile, Colômbia, Espanha, Brasil e Portugal.

A explanação do biomédico de Ituverava teve também as presenças das professoras ilustres da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP), Cinira Magali Fortuna e Silvana Martins Mishima, orientadora da pesquisa de doutorado do ituveravense.

A discussão pós apresentação oral de seu trabalho, foi de suma importância nos aspectos de entender os processos de trabalhos a nível do Poder executivo e Judiciário em vários países da Europa, Caribe, América do Sul e Central, assim como, a discussão na formação de futuros profissionais da enfermagem de diversas Universidades.

Para falar sobre o evento que participou e sua tese de Doutorado ele concedeu entrevista ao Jornal O Progresso e enviou artigo sobre o assunto.

Progresso: Quando e onde aconteceu a sua participação na Conferência Internacional? Qual nome do evento que participou? Reuniu palestrantes de outros países?

Sérgio Chicote: A minha participação com apresentação oral da pesquisa que faço sobre o tema Judicialização em Saúde aconteceu entre os dias de 23 a 27 de outubro deste ano, na cidade de Granada no Sul da Espanha, na XVII Conferencia Iberoamericana de Educación en Enfermería. Teve palestrantes de outras Universidades dos países pertencentes a colonização IberoAmericana, houve 7 eixos temáticos de discussão sobre o Lema da Conferência: “Pesquisa em Educação em Enfermagem: construindo um contexto ibero-americano para o cuidado das pessoas”.

Progresso: O que motivou o convite para sua participação?

Sérgio Chicote: A maior motivação desse convite, foi a possibilidade de expor o trabalho de pesquisa que desenvolvo e assim conhecer e poder discutir sobre processos de trabalho que deram certo em outros países. Portanto, há uma expansão de compartilhamento de experiências profissionais.

Progresso: Em que fase se encontra em seu Doutorado? Quais são as próximas etapas? Em qual instituição está realizando o curso?

Sérgio Chicote: Estou na fase final da pesquisa, escrevendo minha tese, que pretendo defender em 2024. Realizo meus estudos no Programa de Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto na Universidade de São Paulo (USP) com a Orientadora Profa. Dra. Silvana Martins Mishima.

Progresso: Por que escolheu este tema? Como sua atuação na Secretaria Municipal da Saúde contribuiu para a realização de suas pesquisas e tese?

Sérgio Chicote: Muitas pessoas, próximas a mim, talvez não sabe como surgiu a ideia inicial da pesquisa, mas, brevemente posso relatar que, toda a minha vivência na Saúde Pública como Gestor e por três vezes Secretário da Saúde, tive como uma “implicação” assim que chamamos a ideia motivacional de inicio de uma pesquisa, foi deparar com situações do dia a dia com o paciente, em relação a fornecimento de medicamentos básicos e de alto custo, que por vezes não ficava bem definido o fornecimento e com isso, crescia o número de ações judiciais de medicamentos e insumos na saúde, que é bom deixar claro, isso não é um questão de Ituverava e nem região, é um assunto a nível nacional, onde se tem Comissões Nacionais e Estaduais, Núcleos de apoio Técnico de análise dessas demandas e também as decisões do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que tem o papel de aperfeiçoar o Sistema Judiciário brasileiro. Então, por vivenciar, por desejar resolver, melhorar processo de trabalho, e para que o paciente tenha condições de receber os medicamentos de forma justa, resolvi levar tudo isso a nível acadêmico para eu pudesse ter parâmetros científicos contribuindo para um melhor atendimento ao paciente e construção do SUS como deve ser.

Progresso: Sua atuação como docente do curso de Enfermagem da FAFRAM também contribuiu para desenvolver este tema?

Sérgio Chicote: Sim, fundamental, como professor, multiplicador, conduzir aos futuros profissionais da saúde em específico a Enfermagem, conhecimento atual, acadêmico e técnico-científico aos alunos para que tenham embasamento na construção futura de sua carreira profissional, para que eles possam começar no mercado de trabalho conhecendo a realidade e podendo discutir, construir, otimizar as políticas públicas de saúde em cada espaço que forem atuar.

Progresso: Antes do Doutorado, senhor realizou mestrado em qual instituição, quando e qual sua formação acadêmica?

Sérgio Chicote: Sou Biomédico a 25 anos, especialista em Patologia Clínica (Barão de Mauá), especialista em Saúde Pública (Santa Casa de São Paulo), Mestre em Ciências Médicas – Patologia (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP) e Doutorando em Saúde Pública também pela USP.